top of page

Blog - Romeu di Sessa

Dicas para iniciantes

Foto do escritor: Romeu di SessaRomeu di Sessa

Cinco dos piores erros que um roteirista pode cometer.

1) Esta aprendi com Aaron Sorkin e é perfeita: “o pior erro que um roteirista pode cometer é contar para o público alguma coisa que ele já sabe.”. Isto é fatal mesmo. Se uma informação já foi passada, não há necessidade alguma dela ser repetida. E se o público não entendeu a informação da primeira vez, só pode existir um único culpado disso: o roteirista...

2) O pior dos erros é desrespeitar a inteligência do público, é achar que tudo tem que ser sempre muito bem explicadinho, é fazer cenas “on the nose”, excessivamente expositivas, como se você estivesse sempre falando com pessoas mais burras que você. O público vira as costas e te deixa falando sozinho.

3) É preciso entender a diferença entre inteligência e cultura. Minha regra é: Exija sempre inteligência do público, nunca exija cultura. Se você vai citar Kant no seu filme, você tem que passar essa informação de quem é Kant, porque ninguém é obrigado a saber de quem você está falando. E piora: tem que mostrar quem é Kant de uma maneira orgânica, natural, não professoral, nem vertical. É difícil, eu sei. Por isso um roteirista ganha bem.

4) Um outro erro bem grave é não respeitar seus personagens, é obrigá-los a fazer coisas que eles não fariam porque você, roteirista, precisa que eles façam. Personagem não é empregado do roteirista, ele não está lá para servi-lo, ele tem vida própria, códigos próprios, motivações próprias. E o contrário disso é um acerto: se você respeitar seus personagens eles retribuem, lhe ajudando a compor a história.

5) O quinto erro é técnico, e muito frequente em pessoas que já escrevem (e bem) em literatura e estão agora migrando para cinema. O erro é achar que descrição de cena é um bom lugar para ser poético. Não é!!! Então encontramos num roteiro algo como: “A chuva caia lá fora, com suas gotas emprestando um brilho único às pétalas de rosa no jardim. O vidro da janela, salpicado de pingos d’água rebatidos no parapeito, deixavam difusa a imagem formada através da vidraça”. Isso tudo num roteiro é escrito assim: “Chove.”. E mais nada.

20 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Como virei roteirista?

Para esta pergunta tenho duas respostas, uma “objetiva”, outra “filosófica”. Falo de ambas. Eu sempre escrevi. E tive algumas influências...

Comments


bottom of page