Para esta pergunta tenho duas respostas, uma “objetiva”, outra “filosófica”. Falo de ambas.
Eu sempre escrevi. E tive algumas influências importantes para isso. A primeira foi meu avô, que também escrevia, publicou 3 livros. Muito comumente ele promovia “saraus” na casa dele, onde lia suas poesias e as pessoas se encantavam. Eu via isso desde muito pequeno e também me encantava, não só com ele, mas principalmente com possibilidade de encantar pessoas através das palavras. Tive outras influências também, como o texto “Cântico Negro” de José Régio, os poemas de Fernando Pessoa e as letras das músicas do Chico e do Aldir Blanc.
Aos 12 anos, minha mãe me deu uma máquina de escrever. E dali pra frente eu dedicava muitas madrugadas escrevendo poemas e contos e me sentia extremamente bem fazendo isso. E também influenciado por minha mãe, sempre fui cinéfilo.
O momento mais preciso em que eu virei roteirista (do ponto de vista “filosófico”), eu identifico como sendo uma noite de verão, aos meus 18 anos, em que estava na varanda do meu apartamento, olhando para inúmeros outros prédios que me cercavam, vi aquele monte de janelas e pensei: “em cada uma dessas janelas tem uma história acontecendo.”. E hoje eu sinto que isso é que é ser roteirista, é perceber que as histórias estão em todos os lugares, basta que sejam contadas.
Do ponto de vista “objetivo” é mais sem graça... Mas importante pra mim também. Eu estava com 30 anos, já tinha escrito algumas coisas e tinha feito um curta em vídeo, uma comédia. Projetei este curta despretensioso para vários amigos e um deles tinha uma produtora de vídeos. Ele me chamou para escrever para ele, depois me indicou para outro, e outro e assim fiz minha carreira, começando por vídeos corporativos.
Mas reforço: eu virei roteirista olhando janelas.
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