Essa é a pergunta de um bilhão de dólares...
Eu não sou um bom futurologista, por isso não tenho aqui a pretensão de dizer o que VAI acontecer, mas compartilho qual é minha aposta nesta questão:
Eu acho que para os roteiristas não vai mudar muito, na verdade acho que vai mudar só uma coisa: os clientes que teremos.
Infelizmente a produção de filmes a serem lançados em salas de cinema deve diminuir enormemente, com chances até mesmo de acabar. Os serviços de streaming tomarão o lugar que já foi das salas. Isso na verdade já estava acontecendo, já havia um movimento migratório de ideias, talentos e verbas para os serviços online. Entendo que o advento desta macabra pandemia acelerou em uma ou talvez duas décadas o que inevitavelmente aconteceria. Imagino que no futuro existirão ainda salas de cinema, mas nada nem perto do volume que existe hoje. Serão ambientes para aficionados e iniciados, espécies de clube de cinéfilos. O grosso da produção será feita para ser vista em casa, por streaming.
Imagino também que isso vá impactar num outro aspecto, que até diz mais respeito aos criadores/roteiristas, mas não especificamente os brasileiros. Entendo que nesse formato será muito mais difícil fazer filmes extremamente caros, como são essas franquias todas que invadem as salas a cada ano. Isso fará mais diferença para quem trabalha em Hollywood. As produções brasileiras têm um orçamento mais enxuto e devem se adaptar mais facilmente às demandas e padrões de serviços online.
Exclusivamente por isso, eu pessoalmente estou planejando uma única mudança de conduta para o mundo pós pandemia: vou priorizar meus projetos mais baratos.
Mas como disse, isso tudo é só uma aposta.
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